INSS: milhões reféns da burocracia, com a subsistência ameaçada

Esperar pelo INSS na análise de benefícios é humilhante e constrangedor.

A fila é a maior do país, com mais de 7 milhões de pessoas. Esse número incluem os pedidos por aposentadoria, revisão ou irregularidades de benefícios, além da espera por perícias médicas, que passa de 1 milhão.

Para tentar melhorar a situação, o governo decidiu voltar a conceder benefícios apenas com análise documental, quando os relatórios e atestados médicos forem suficientes para comprovar a incapacidade e afastamento.

Esse processo funciona bem para pessoas que acabaram de sofrer algum tipo de acidente grave, onde os atestados especifiquem tempo de afastamento suficiente para a concessão de algum benefício ou em que os relatórios e documentos comprovem o início de uma invalidez temporária ou permanente, dessa forma sendo dispensada a necessidade da perícia médica presencial.

Pode ser um pouco mais fácil para quem estar na qualidade de segurado, mesmo assim não é garantia de conseguir o benefício ou manter o mesmo, pois no caso da análise documental ser “insuficiente”, a pessoa precisará mesmo passar pela perícia presencial e entrar na fila do mesmo jeito. Ainda que concedido, existe também o limite médico informado, ou seja, período até quando o segurado vai receber o benefício e depois disso o mesmo é cessado, sendo que na maioria das vezes ainda existe a incapacidade.

Fato é que no meio desse caos, fica o sentimento de angústia e incerteza das pessoas que realmente dependem da implantação ou reestabelecimento de algum benefício para sobreviver, pois a maioria não têm condições de se manter sem o valor pago, sendo esta uma renda importante para subsistência de pessoas em situação de miséria e fome. É, no mínimo, revoltante e constrangedor.

No final das contas, o que explica o tamanho absurdo da fila do INSS é a burocracia da própria autarquia para conceder algo que na maioria dos casos é claramente direito do contribuinte, mas infelizmente ficarmos reféns da burocracia e à mercê das “migalhas constitucionais”. Brasil, Outubro de 2023.

Deixe um comentário

josé roberto rios

Libriano, soteropolitano, confuso, iludido, traído, sobrevivente das minhas próprias guerras. Escrevo sobre o que passa pela minha cabeça, buscando entender nossos processos internos, mas quase sempre com aquela dúvida se o que vivo é real ou Isso É Coisa da Minha Cabeça?™

Let’s connect